Cap. I - O Alfarrabista Genovês
André conta às primas que o Salvator Mundi, uma obra de Leonardo da Vinci, acabou de ser vendida num leilão em Nova Iorque, tornando-se o quadro mais caro do mundo. Curiosos, Os Primos visitam um alfarrabista, mas quando lhe dizem que procuram um manuscrito de Cristóvão Colombo, este tem uma reação muito estranha. Os Primos descobrem então que seis pessoas ali estiveram na semana anterior com o mesmo pedido, e todas elas desapareceram misteriosamente...
Ana, escondida debaixo da secretária, na história do livro, e algumas prateleiras repletas de misteriosos livros e outros objetos antigos na verdadeira Libreria Antiquaria, no centro de Génova, na qual a autora Mafalda Moutinho se inspirou. À direita, o Salvator Mundi, de Leonardo da Vinci, cuja incrível e enigmática história dá início a mais uma extraordinária aventura dos nossos heróis.
Cap. II - Os Seis Desaparecidos
Nervoso e assustado, o alfarrabista leva os jovens pelas vielas da cidade e revela-lhes os pormenores do estranho caso, falando-lhes de dois misteriosos manuscritos recém-descobertos, um de Cristóvão Colombo e outro de Leonardo da Vinci. Os Primos descobrem então que os dois renascentistas tinham praticamente a mesma idade e que, segundo os manuscritos, tinham estado em Génova no mesmo dia, em agosto de 1493. Mas querem saber porquê e decidem investigar...
Cap. III - Os Manuscritos de Colombo
Os Primos decidem investigar a vida de Cristóvão Colombo e de Leonardo da Vinci, esperando descobrir uma ligação entre ambos que possa explicar a presença deles em Génova no mesmo dia, em agosto de 1493, e para isso leem tudo o que conseguem na Internet, enquanto almoçam numa tasca da cidade. Ficam, por exemplo, a saber que muito do que se sabe hoje sobre Colombo só foi descoberto séculos depois da sua morte. Mas enquanto estão distraídos, alguém lhes deixa uma mensagem enigmática...
Página do Livro Copiador, um livro com nove cartas escritas por Colombo aos reis de Espanha, nas quais o genovês relata as várias viagens de exploração, e que apenas foi descoberto em Espanha em 1985 e agora faz parte dos Arquivos Nacionais do país. Ao centro, uma estátua de Colombo em Santa Margherita Ligure, na Riviera Italiana. À direita, um famoso manuscrito de da Vinci, o Homem vitruviano, onde se pode ver a habitual escrita da direita para a esquerda, em espelho, do renascentista, provavelmente para evitar que lhe roubassem as ideias.
Cap. IV - Perguntem à Viúva
Os Primos conhecem o ajudante do alfarrabista, Pietro, que lê muito e parece ter sempre uma história para lhes contar sobre tudo, enquanto investigam o caso pelas ruas da cidade. Conta-lhes, por exemplo, a razão pela qual existem tantas janelas falsas em Génova e revela-lhes onde foram inventadas as calças de ganga. Mostra-lhes também uma cópia dos misteriosos manuscritos de Colombo e da Vinci, mas Ana não simpatiza muito com ele...
Exemplos de janelas falsas em Génova, pintadas nas paredes usando o famoso trompe l'oeil. A história narra que em 1798, precisando de fundos, a República Lígure decidiu ir buscá-los ao bolso das famílias mais ricas, inventando uma taxa que recaía sobre edifícios com mais de cinco janelas, o chamado Imposto Patriótico sobre as Janelas. Para evitar pagar o imposto, os cidadãos decidiram emparedar as janelas a mais, pintando outras a fingir por cima.
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A autora Mafalda Moutinho a visitar os magníficos apartamentos do Palazzo Rosso.
Cap. V - Um Rosto Desconhecido
Os Primos vão até ao Museu do Mar à procura de mais pistas e veem um retrato de Colombo que lhes revela uma informação muito importante. Graças a ela, e à lenda do retrato perdido de Colombo que Pietro lhes conta, Ana tem uma ideia que pode explicar a razão pela qual Colombo e da Vinci se encontraram em Genova em 1493...
Carta de Cristóvão Colombo, escrita pela sua mão (à esquerda e ao centro), e Livro dos Privilégios (à direita), no qual o genovês juntou todos os documentos notariais a comprovar a sua descoberta do Novo Mundo e a lista dos direitos que a Coroa Espanhola lhe atribuíra e depois decidiu retirar-lhe (ambos no Museu do Mar Galata, em Génova).
A autora Mafalda Moutinho no salão nobre do Palazzo Doria-Tursi a observar o esplêndido fresco pintado no teto, com Cristóvão Colombo perante os reis de Espanha após regressar da primeira viagem de descoberta do Novo Mundo. À direita, o explorador acorrentado, no regresso da terceira viagem (Palazzo Rosso).
Cap. VI - A Carta Secreta de Colombo
Ana zanga-se com Pietro por este não lhes ter falado na lenda do retrato perdido de Colombo, pois esta talvez seja a chave para explicar todo o caso. Os Primos decidem caminhar sozinhos para clarear as ideias e visitam a Lanterna de Génova, mas Maria acha que estão a ser seguidos. Resolvem regressar à Libreria Antiquaria e é então que, depois de desvendarem um enigma, descobrem duas cartas misteriosas dentro de um esconderijo. Uma delas é uma carta de Cristóvão Colombo de que nunca ninguém ouviu falar e que revela um segredo incrível...
Os Primos descobrem a carta secreta de Colombo (ao centro), que se encontra escondida na Libreria Antiquaria (à esquerda), depois de visitarem o farol, símbolo da cidade, a Lanterna de Génova (à direita, a utora Mafalda Moutinho e a famosa Lanterna). Em baixo, o incrível panorama de Génova antiga, visto do terraço do Palazzo Rosso.
Cap. VII - A Fotografia
Ana tem um rasgo de iluminação e encontra a peça final que lhes permitirá resolver o caso, mas esta última pista encontra-se em risco e Os Primos vão ter de fazer alguma coisa para a proteger. Além disso, é preciso encontrar os maus da história, mas uma fotografia inesperada vai ajudar os nossos heróis...
Cap. VIII - A Chave
Os Primos não poderiam viver esta aventura sem correrem riscos e é isso que vai acontecer neste capítulo. Ana, Maria e André vão fazer o feitiço voltar-se contra o feiticeiro, e seguem quem os tem andado a seguir até aos fortes de Génova. Mas no Forte Diamante as surpresas vão apanhá-los desprevenidos mais uma vez...
Cap. IX - O Ovo de Colombo
Apesar dos riscos e das dificuldades, Os Primos vão conseguir explicar todos os mistérios no final da história. Mas alguém vai tentar rebaixar o mérito dos nossos heróis, tal como acontece na história do ovo de Colombo. Descobre quem e porquê, lendo o livro...
«— E o que é que isso tem a ver com Colombo e… com um ovo? — perguntou André, curioso.
— Tem a ver, porque a expressão vem de uma história muito famosa que se conta sobre o navegador — disse Maria — e sobre um ovo.
«Colombo encontrava-se sentado à mesa com vários nobres espanhóis, quando um deles, falando a propósito das Índias, lhe perguntou se não concordava que, se ele não as tivesse descoberto, qualquer outro espanhol com os seus meios teria sido capaz de o fazer.
«Em vez de responder, Colombo pediu que lhe trouxessem um ovo e desafiou os presentes a colocá-lo em pé sobre a mesa, sem nada a suportá-lo.
«O ovo passou pelas mãos de todos, mas nenhum conseguiu fazer o que Colombo pedira, e quando voltou às suas mãos, ele bateu com ele na mesa, de forma a achatar levemente uma das extremidades, e colocou-o em pé sem dificuldade, deixando-os de boca aberta.
«Disse-lhes, então, que eles deveriam ter procurado as Índias eles próprios, em vez de se terem rido da sua ideia, que julgavam impossível, porque toda a gente é capaz de fazer uma coisa depois de já lhe terem mostrado como ela se faz.»*
in, Moutinho, Mafalda, A Carta Secreta de Colombo, 1a edição, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2018.